Quem sou eu





Crie glitters aqui!

"...Liberdade, essa palavra
que o sonho humano alimenta
que não há ninguém que explique
e ninguém que não entenda..."

Cecília Meireles

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

VELHINHO GUERREIRO (Poesia)

Hoje eu vi o Seu Dito,
ele dispensa apresentação.
Continua com ares de adolescente,
vivendo irreverentemente.
Ninguém diz que está doente,
também não parece um ancião,
tem cara mesmo, é de folião.

Homem valente,
ama a vida ardentemente,
agarra-se a ela, com unhas e dentes.
É impossível não lhe dar atenção.
Conta seus causos como antigamente,
basta te olhar, para começar a contar
piadas que te farão corar.

Velhinho faceiro, guerreiro.
Gosta de festa, de comemoração e de arrumar confusão.
Acha que a vida é um grande picadeiro,
que a gente só precisa rir, ter paixão e ilusão.
Que é preciso ser verdadeiro, valente, persistente para
viver eternamente.
Regina Gois

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

JOVEM PAPAI NOEL (Poesia)



Nunca vi alguém tão jovem,
e com sentimentos tão profundos.
Com o olhar de quem já carrega
todo o peso do mundo.
Tem mãos de pai sonhador,
que leva esperança e braços abertos,
a um mundo tão carente de cor
e sedento de amor.

Veste-se de Papai Noel,
nem se lembra de que faz calor.
Entra pelo quintal, sorrindo Ho! Ho! Ho! Ho!!!!!
A criançada vem correndo,
reconhecendo o amigo que chegou.
Tudo que ele deseja nessa hora,                  
é ver doces sorrisos,
no rosto de seus pequeninos amigos,
que, por muitos foram esquecidos,
e dar um pouco de colorido, à vida de
 quem é tão pequeno, que não pode
deixar de acreditar no amor.

De onde vem tanto amor?
Tanta sensatez,
Tanto valor?
Regina Gois


quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

DESEJO (POESIA)



Com o olhar de sertanejo,
O céu nublado começo a vasculhar.
Esperançoso e cheio de desejo.
Vejo apenas uma noite sem luar.

Sinto seu cheiro e logo vejo,
Pequenas gotas rolando no ar.
Como um bobo eu logo festejo,
As folhagens que voltaram a brilhar.

Inebriado com a leveza do ar,
Minha alma se deixa levar.
Querendo apenas ouvir
O doce barulho do teu gotejar.

Quando na terra começas a tocar
Eu não me contento só em olhar,
Quero também me deitar,
E em tuas águas me abandonar.
Regina Gois





domingo, 12 de dezembro de 2010

IRMÃO (POESIA)



Foste teimoso desde o teu nascimento.
Já nasceste sem nenhuma ilusão.
Na vida só ouviste o não.
O destino não te poupou
de nenhum sofrimento.
Tua estrada sempre foi árida,
cheia de escarpas e entulhada.
Tentaste escalar com as próprias mãos.
Estás sempre a lutar, em meio a tanta desilusão.

Em tua face estão as marcas da dor.
Em teu olhar o brilho nunca se instalou,
neles não há vida nem esplendor.
A tristeza há muito neles se alojou.

Nada aprendeste, sobre amar e confiar.
Agora, querem te cobrar,
exatamente o que não podes pagar.
Eu não te peço nada, pois nunca nada
pude te dar.
Só queria poder ver um dia,
um lampejo nesse teu olhar.
Regina Gois

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

SUPERAÇÃO (POESIA)



Meio sem jeito, seguraste o lápis,
querendo escrever com perfeição
mas, tuas mãos tremiam de tanta emoção.

Com muito esforço e dedicação
surgiram as primeiras palavras,
escritas por tuas mãos.
Que emoção!!!

Em teus olhos turvos cortinas se abriram,
após aprender a primeira lição.
É um mundo novo que te aparece,
após entender cada explicação.

Aprender a ler e escrever é uma vitória.
O que aprendeste abrirá ainda mais tua visão.
Agora sim, poderás reescrever a tua história,
como um verdadeiro cidadão.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

UM NATAL BRASILEIRO ( POESIA)

Lá vem a menina e a mãe.
A mãe vem sempre à frente.
O vento sopra quente.
O Sol já está indo para o poente.
O suor escorre pelo rosto,
e desce pelo corpo dessa gente.

A mãe se abaixa e apanha lenha.
A menina recolhe varinha.
De varinha, em varinha,
monta também seu feixe.
Pobre também tem fantasias.
sonham em assar um peixe.

Não podem voltar de mãos vazias,
carregando só esperança por hora,
a menina vem contente,
sabe que no Natal tudo é diferente.
Pensa em seus irmãos inocentes,
quem sabe em nossa mesa vai ter algo quente.

Nas fazendas todos estão a comemorar,
dá para sentir o cheiro de assados no ar.
na cabeça o feixe de lenha a pesar,
no rosto, gotas gordas, teimam em rolar,
rolam até sua boca alcançar,
e o gosto salgado da vida só vem aguçar.

A mãe para e se vira de repente,
então a menina se põe a pensar:
Hoje é natal, por que seu olhar não está contente?
Impaciente, a mãe joga seu feixe pelo ar.
Dói, mas é preciso falar: Não adianta lenha apanhar,
em casa não tem o que cozinhar.
Regina Gois